Entrevista de Rafael Kohanoski Ribeiro
Entrevista realizada por Lex
Bueno...tive que me virar nas panela desde guri, pois minha mãe tinha que passar muito tempo viajando para cuidar da minha vó materna. Nestes períodos me virava preparando minhas bóias, só nunca fui muito de ir pros tachos fazer doces, sobremesas (mesmo gostando muito). Até tem um conto que quando eu tinha uns 8 anos, minha mãe numa viagem dessas, ficamos longe por 6 meses, minha mãe é uma doceira e confeiteira de mão cheia, eu louco por um doce abri uma caixinha de pó para creme e comi de colher só o pó puro, tão louco que eu tava por uma glicose.
E foi assim que começou, tendo que me virar!
Tchê...as pessoas confundem muito a culinária CAMPEIRA da GAÚCHA. Quando converso com pessoas de outros estados ou até mesmo países pelo blog, me perguntam muito sobre churrasco, arroz de carreteiro, vaca atolada e coisas feitas com o charque bovino. Mas nossa culinária é muito mais que isso, o Rio Grande do Sul foi formado por várias etnias diferentes, temos no litoral e região metropolitana uma influência muito forte dos Açorianos que vieram para o nosso estado e para Santa Catarina povoar a colônia portuguesa e trazendo muito da sua gastronomia voltada aos frutos do mar e peixes. Na serra temos os alemães e os italianos como principais colonizadores tendo por atividade principal produtos derivados da uva, como vinhos, sucos e cucas maravilhosas, mas também uma forte presença da gastronomia com carne de porco e aves domésticas como frangos e codornas e aves de caça e o fruto das araucárias, o pinhão. Já na região da campanha e fronteira, chamada região dos Pampas Gaúchos, a predominância é dos espanhóis e a cultura é de uma culinária, aí sim chamada de campeira, que quer dizer que vêm do campo, pois se trata de uma região onde o gado bovino e a criação de ovinos é a principal atividade econômica, dando assim muitas receitas a base de charque de boi e de ovelha, e comidas fortes com bastante calorias para ajudar a aguentar o frio, o tempo de permanência no trabalho rural ou tropeadas.
Então a nossa culinária não é somente o churrasco e o charque, mas é muito grande e com destaques em cada região do nosso RIO GRANDE DO SUL.
Como disse anteriormente, são muitos na serra o ENTREVERO, no litoral o ENSOPADO DE ANCHOVA e na fronteira o meu preferido, ESPINHAÇO MEXIDO.
Tchê... uma vez me contrataram para servir um almoço de aniversário em Florianópolis-SC, queriam só da culinária gaúcha no buffet e churrasco, é claro. Eu tinha por volta de 50 kg de carne para assar, quando cheguei no salão do condomínio, só tinha uma churrasqueira de 50cm X 70 cm....eu pensei:
_ Tô frito, hoje não tem carne assada!
Mas dei um jeito e a carne foi servida ao contento e recebendo muitos elogios.
Uma boa faca.
Eu mesmo montei uma Solingem, comprei a lâmina de Montevideo, Uruguai. Coloquei o cabo de madeira de um moeirão de cerca de campanha com provavelmente 40 anos na intempérie e bainha de couro.
Temperos frescos como salsinha, cebolinha, orégano, manjericão e outros.
O tempero fresco, além do sabor, deixa um aroma por todo ambiente que se esta fazendo a comida, e isso já vai atiçando os sentidos.
Com certeza!!!!!!
Aqui, na nossa fronteira principalmente, a FRONTEIRA DA PAZ entre Livramento e Rivera, as influências se confundem. Não sabemos mais quem influenciou quem. A parrillada uruguaia faz parte na nossa culinária assim como o churrasco gaúcho (no Uruguai chamado de assado) faz parte dos domingos deles.
Qualquer coisa que forem fazer, façam com amor.
Eu AMO cozinhar e saber de onde é a origem de cada receita. Pois cada prato, em qualquer lugar do mundo, tem uma história por de trás. Seja a receita da avó de bolinho de chuva que ela aprendeu com a mãe dela numa tarde chuvosa no interior da sua cidade ou seja por um Chef que estudou cada ingrediente por semanas para faze-los combinar numa receita premiada. Tudo isso foi feito com amor!!!!!
E UM BAITA QUEBRA-COSTELA!!!!!
Nós entrevistamos Rafael Kohanoski Ribeiro!
Visite o blog: Culinária Gaúcha.
Visite o perfil e as receitas de Rafael Kohanoski Ribeiro.
"Cada prato, em qualquer lugar do mundo, tem uma história por de trás".
Olá Rafael Kohanoski Ribeiro, conte para nós...
Como começou sua história com a cozinha?
Bueno...tive que me virar nas panela desde guri, pois minha mãe tinha que passar muito tempo viajando para cuidar da minha vó materna. Nestes períodos me virava preparando minhas bóias, só nunca fui muito de ir pros tachos fazer doces, sobremesas (mesmo gostando muito). Até tem um conto que quando eu tinha uns 8 anos, minha mãe numa viagem dessas, ficamos longe por 6 meses, minha mãe é uma doceira e confeiteira de mão cheia, eu louco por um doce abri uma caixinha de pó para creme e comi de colher só o pó puro, tão louco que eu tava por uma glicose.
E foi assim que começou, tendo que me virar!
Como o próprio nome diz, seu blog é voltado à culinária gaúcha. Como você define o estilo gaúcho de cozinhar?
Tchê...as pessoas confundem muito a culinária CAMPEIRA da GAÚCHA. Quando converso com pessoas de outros estados ou até mesmo países pelo blog, me perguntam muito sobre churrasco, arroz de carreteiro, vaca atolada e coisas feitas com o charque bovino. Mas nossa culinária é muito mais que isso, o Rio Grande do Sul foi formado por várias etnias diferentes, temos no litoral e região metropolitana uma influência muito forte dos Açorianos que vieram para o nosso estado e para Santa Catarina povoar a colônia portuguesa e trazendo muito da sua gastronomia voltada aos frutos do mar e peixes. Na serra temos os alemães e os italianos como principais colonizadores tendo por atividade principal produtos derivados da uva, como vinhos, sucos e cucas maravilhosas, mas também uma forte presença da gastronomia com carne de porco e aves domésticas como frangos e codornas e aves de caça e o fruto das araucárias, o pinhão. Já na região da campanha e fronteira, chamada região dos Pampas Gaúchos, a predominância é dos espanhóis e a cultura é de uma culinária, aí sim chamada de campeira, que quer dizer que vêm do campo, pois se trata de uma região onde o gado bovino e a criação de ovinos é a principal atividade econômica, dando assim muitas receitas a base de charque de boi e de ovelha, e comidas fortes com bastante calorias para ajudar a aguentar o frio, o tempo de permanência no trabalho rural ou tropeadas.
Então a nossa culinária não é somente o churrasco e o charque, mas é muito grande e com destaques em cada região do nosso RIO GRANDE DO SUL.
Vemos que você é inspirada pela cozinha regional. Qual prato você elegeria para ser conhecido em outras regiões?
Como disse anteriormente, são muitos na serra o ENTREVERO, no litoral o ENSOPADO DE ANCHOVA e na fronteira o meu preferido, ESPINHAÇO MEXIDO.
Até hoje, qual foi o seu maior desafio culinário?
Tchê... uma vez me contrataram para servir um almoço de aniversário em Florianópolis-SC, queriam só da culinária gaúcha no buffet e churrasco, é claro. Eu tinha por volta de 50 kg de carne para assar, quando cheguei no salão do condomínio, só tinha uma churrasqueira de 50cm X 70 cm....eu pensei:
_ Tô frito, hoje não tem carne assada!
Mas dei um jeito e a carne foi servida ao contento e recebendo muitos elogios.
Em sua cozinha, qual utensílio não pode faltar?
Uma boa faca.
Eu mesmo montei uma Solingem, comprei a lâmina de Montevideo, Uruguai. Coloquei o cabo de madeira de um moeirão de cerca de campanha com provavelmente 40 anos na intempérie e bainha de couro.
Qual ingrediente você tem vontade de usar em todas as receitas? O que ele tem de especial?
Temperos frescos como salsinha, cebolinha, orégano, manjericão e outros.
O tempero fresco, além do sabor, deixa um aroma por todo ambiente que se esta fazendo a comida, e isso já vai atiçando os sentidos.
Você está em Santana do Livramento, na fronteira entre Brasil e Uruguai. Você vê influências culinárias vindas do Uruguai? Você acha que os hábitos brasileiros influenciam os uruguaios?
Com certeza!!!!!!
Aqui, na nossa fronteira principalmente, a FRONTEIRA DA PAZ entre Livramento e Rivera, as influências se confundem. Não sabemos mais quem influenciou quem. A parrillada uruguaia faz parte na nossa culinária assim como o churrasco gaúcho (no Uruguai chamado de assado) faz parte dos domingos deles.
Para finalizar, você tem alguma dica para dividir com nossos leitores?
Qualquer coisa que forem fazer, façam com amor.
Eu AMO cozinhar e saber de onde é a origem de cada receita. Pois cada prato, em qualquer lugar do mundo, tem uma história por de trás. Seja a receita da avó de bolinho de chuva que ela aprendeu com a mãe dela numa tarde chuvosa no interior da sua cidade ou seja por um Chef que estudou cada ingrediente por semanas para faze-los combinar numa receita premiada. Tudo isso foi feito com amor!!!!!
E UM BAITA QUEBRA-COSTELA!!!!!
Obrigada Rafael Kohanoski Ribeiro por responder nossas perguntas! Até breve
Publicado por Lex - 11/06/2014
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